Por que eu odeio o Noblat?

Antes de você ler o texto abaixo, é bom que eu deixe bem claro que não sou bolsonarista, lulista ou gado de qualquer outra figura política, mas sim um crítico das ações dos mesmos, baseado, principalmente, em aspectos éticos a respeito de seus governos, e que a crítica que vem a seguir não é sobre o Noblat ter criticado ou não determinadas figuras públicas, mas por ter parado de unicamente criticar para partir para a ignorância e até mesmo cometer crimes, como racismo, incitação ao suicídio e incitação a crime contra a soberania nacional. Também não estou fazendo isso porque eu penso no Noblat 24 horas por dia, mas sim porque o Google fica botando os artigos do Noblat na minha cara sempre que eu abro meu celular, então, como já estava de saco cheio disso, resolvi compartilhar um pouco da minha indignação com o jornalista/blogueiro com vocês para ver se alguém pensa de forma parecida ou possui alguma discordância a respeito do tema. Dito isso, vamos lá.

A política faz parte de nosso cotidiano há pelo menos três décadas, crescendo todos os dias. Assim como ela, a polarização política e a divisão entre direita e esquerda é cada vez mais forte no Brasil. Porém uma figura que começou a crescer com essa polarização (e a ganhar cada vez mais relevância no Brasil) é Ricardo Noblat, uma figura irritante e barulhenta, parecida com uma gralha irritada na janela de um trabalhador às 5h da manhã de um domingo.

Antes de continuar, quero deixar claro que não conheço o Noblat como pessoa, apenas o trabalho dele como jornalista, blogueiro e comentarista político, e é a esses pontos que minhas críticas vão atingir.

Vamos começar com seus icônicos tuítes anti-Bolsonaro, que, ao invés de se concentrarem em críticas, se tratam de incitação ao suicídio, ameaças e outras coisas, tudo previsto dentro do código penal brasileiro. O real problema não é nem sequer o alvo das ofensas (que eu também tenho minhas críticas), mas sim a repulsividade delas, chegando ao ponto de gerar processos criminais, como o da postagem de uma charge onde associa o chefe do Executivo ao “partido do bigodinho alemão”, que acabou arquivado por “atipicidade de conduta” (o que, se você pegar todas as postagens do colunista, verá que, ao contrário do que diz a Justiça, se trata de uma conduta comum e corriqueira). A postagem abaixo foi a mais famosa até hoje, tanto pela comoção pública gerada quanto pela exclusão da postagem, onde ele insinua que o ideal para Bolsonaro é o encerramento de sua vida.

Existem outras postagens completamente odiosas e repulsivas no blog dele, mas acho que a que me causou mais impacto foi essa aqui, texto que nem foi escrito por ele, mas que incentiva que pessoas de pensamentos políticos destoantes cortem os laços por divergências, incluindo imputação de crimes, fora a associação de itens que não possuem uma associação tão óbvia, como o fato de alguém se afirmar pró-vida (contrário ao aborto) e ser a favor da posse e porte de armas, ou o fato de alguém apoiar político X ou Y e ser automaticamente um escravo de tudo que o sujeito diz ou faz, batendo palma para as piadas (igualmente repulsivas) de Bolsonaro sobre contaminados por COVID ou sobre as ações imorais do Governo, como o orçamento secreto, inclusive chamando a tal “ex-amiga” de “sociopata” em determinado momento.

Eu não tenho nada contra comentaristas políticos, mas o uso desse tipo de expressão para unicamente chocar o público não gera nenhum tipo de benefícios, já que quem concorda com essas falas absurdas não vai se chocar, e quem não concorda vai apenas tomar ainda mais ranço desse tipo de pensamento nojento de que a única saída para o Brasil é o assassinato dos líderes de determinados movimentos políticos e a exclusão social completa e o ostracismo daqueles que minimamente simpatizam com os ideais de determinado movimento, mesmo que os mesmos possuam muitas críticas ao mesmo ou que nem sequer integrem esses movimentos.

Existem outras opiniões controversas de Noblat, como essa abaixo, onde ele insinua apoio a um crime contra a segurança nacional:

Fora o fato de que ele não sabe falar de qualquer outra coisa que não seja o Bolsonaro. Se você pegar as redes sociais dele, vai ver que existem poucas postagens que não possuem a palavra Bolsonaro ou uma menção indireta a ele:

Caso queiram ver um pouquinho a mais sobre a personalidade de Noblat, veja essa postagem aqui onde comentam o processo de Joaquim Barbosa contra Noblat por ter, entre outras ofensas, ter dito que Barbosa só foi indicado ao cargo no STF por sua etnia e cor. Segundo as palavras de Noblat, “Joaquim foi descoberto por um caça-talentos de Lula, incumbido de caçar um jurista talentoso e… negro”. Acho que não preciso mais acrescentar nada sobre esse caso…

Tem também essa aqui, onde o próprio PT mostra repúdio à afirmações de Noblat a respeito de ofensas contra Gleisi Hoffmann em 2016 às vésperas do impeachement, onde, junto com questionamentos (fundamentados) a respeito da competência da ex-presidente, chamava diversas vezes a senadora de “louca”, além de dar o título de “Maria Louca” para Dilma Rouseff. Claro que nenhuma dessas acusações realmente chega aos pés do que ele faz hoje, mas mostra que, mesmo naquela época, o jornalista gostava de falar mal das pessoas, não com o intuito de conseguir algum real entendimento do público sobre o panorama geral do ambiente, mas com o único e claro objetivo de tentar causar o máximo possível de indignação por parte do leitor e de se autoafirmar de novo e de novo como um “agente da oposição”, independente de quem esteja no poder (até porque ser de oposição dá muito mais audiência e dinheiro).

O que eu acredito que aconteceu é que ele notou que as pessoas não davam mais bola para as “duras críticas” de Noblat ao Governo (já que tem milhares, ou até milhões de pessoas fazendo críticas até piores do que ele já fazia, e muito melhor embasadas), e decidiu que a única maneira de continuar atraindo olhares furiosos para seus artigos de opinião era colocar um pouco o jornalismo de lado e partir direto para a ignorância, o que deu certo, mas trouxe como consequência a faceta mais podre do colunista vindo a luz.

Mesmo que eu concorde em partes com algumas críticas contra o governo do atual Presidente da República (como o estímulo ao uso de drogas ineficazes no combate à pandemia, ou os casos de corrupção ocorridos na mesma, ou mesmo a tentativa de blindar certos membros do Governo de investigações criminais e civis), desprezo completamente a arrogância de Noblat ao mencionar qualquer tema, sempre colocando as suas palavras e ofensas como sendo verdades absolutas, e acusando todos que o criticam e ofendem por suas falas como sendo “antidemocráticos”, fora os ataques pessoais que faz a certas figuras públicas, como o que ele fez ao falar do cargo e da cor de Joaquim Barbosa ou incentivando o suicídio de outras.

Em resumo, não sejam que nem o Noblat, pensem um pouco antes de falar e não vivam apenas para ofender o coleguinha por pensar de forma diferente de você.