Manicômio nunca mais!

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Hoje é dia 18 de maio, reconhecido como Dia Nacional da Luta Antimanicomial.

Dia de suma importância para relembrar, refletir e trabalhar em prol de um cuidado mais humano e eficaz com pessoas que sofrem com transtornos mentais graves.

Há um mito popular que perpassa séculos em torno da loucura e da lógica de cuidado ao sofrimento mental, recheado pelo desconhecimento. E também por casos excepcionais que tomam a mídia.

No serviço que trabalho já fizemos transintitucionalização de algumas pessoas, uma senhora com 70 anos de internação sem justificativa, outra com 15 anos de internação, o último agora um jovem internado há 8 anos, desde início da idade adulta.

E isso hoje em dia. Viemos de um tempo recente de manicômios com 4, 5, 6 mil pessoas tratadas em condições sub-humanas.

O Brasil ainda vive o processo de reforma no tratamento em saúde mental.

Mas é acabar com os manicômios e aí?

É aqui que entra o SUS e a Rede de Atenção Primária, trabalhando com princípios como descentralização e territorialização, com dispositivos(instituições) com diferentes finalidades visando a formação de uma rede de saúde descentralizada. Visando tratamento, promoção e prevenção de agravos.

A dificuldade está aqui, pois os municípios - responsáveis pela execução em saúde publica - são muito desiguais, e não há prioridade política para essas novas tecnologias de assistência a saúde.

Com tratamento muitas pessoas voltam a suas vidas normais, voltam a trabalhar, preservam seus vínculos familiares, constroem sua comunidade, produzem arte e cultura, e muito mais.

É mentira que não há dinheiro, no Brasil, não há prioridade. É mais fácil e conivente no modelo autocrático os políticos e boa parte dos servidores jurídicos e bancários, ganharem seus salários exorbitantes e pagarem seus planos.

E não é difícil, quando esses têm familiares em sofrimento, interná-los para não dar trabalho pela via dos convênios particulares.

Nos cabe a responsabilidade ética de apostar no cuidado visando autonomia, autocuidado e liberdade. Pois é possível. Não nos falta provas. Temos centenas de pessoas assim.

Manicômio, nunca mais...



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